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Diversidade em festa

dez
2009

Por Laila Melchior

Aconteceu no Rio de Janeiro a 8ª edição do Tangolomango – Festival da Diversidade Cultural. Em novembro grupos artísticos de todo o país encontraram-se para participar do já tradicional espetáculo colaborativo. O grupo argentino Circo Social del Sur e o venezuelano Tambores de Barlovento Elleguá também participaram da festa.

O festival, que acontece desde 2002 e já teve como sede, além do Rio de Janeiro, as cidades de Fortaleza, Salvador e Recife, tem como objetivo articular, reunir e difundir projetos de diferentes regiões do Brasil e América Latina. Assim, ele visa a troca de experiências, a integração de ações na produção colaborativa e a formação de redes, sempre através da ideia de um “escambo”, da troca artística.

“O primeiro significado desse nome é o que a própria palavra produz quando você a articula: ‘Tango-lomango’ lembrando um ritmo, um molejo, um requebrar”, explica Sidney Cruz, diretor artístico do Tangolomango. É ele o mediador do encontro, o dosador dessa mistura pouco convencional. Mariana Rufolo, do Circo Social del Sur, explica melhor o processo de criação baseado na apropriação das diferenças: “Você tem que ser forte para manter a identidade cultural que cada grupo traz, para pôr nesse caldeirão da arte, e, ao mesmo tempo, ser flexível para poder adaptar-se ao que o outro te propõe e ir trocando para compor algo novo”.

Segundo Marina Vieira, diretora do Instituto e produtora do evento, o sentido do Tangolomango é descobrir o outro. Dessa maneira não há vencedor no festival. O prêmio é a própria festa, o resultado desse processo de descobrimento, do qual todos participam em ritmo de brincadeira.

Imagens do Povo e Nós do Morro documentam o Festival Tangolomango

Como vem acontecendo já há cinco anos no Tangolomango, a troca cultural se completa com a participação de jovens de projetos locais responsáveis na cobertura do evento. Em 2009 essa função ficou a cargo dos cariocas da agência de fotógrafos Imagens do Povo e do Núcleo de Cinema do grupo Nós do Morro.

O envolvimento desses grupos adiciona um elemento a mais na roda das diferenças promovida pelo festival. Se o intuito é vencer o gargalo da inclusão social e cultural promovendo a comunicação entre os diferentes conjuntos de artistas, uma boa estratégia é contar com a competência técnica e artística de grupos também periféricos no registro da festa.

“Resumindo, vi a generosidade intelectual agir”, afirma a fotógrafa Rosilene Miliotti, do Imagens do Povo, comentando sua participação . Ela ainda acrescenta: “Pena que eu estava trabalhando, minha vontade era de estar lá dançando. Eles nunca ficavam parados. Enquanto uns estavam ensaiando, outros dançavam, brincavam, se penduravam nos tecidos. Até perguntei a uma mulher do Pará como ela fazia para estar sempre ligada no 220V. Ela me respondeu dizendo que é muito pó de guaraná.” Rosilene já integra a “família” Tangolomango há três anos: nos dois primeiros, quando era aluna da Escola Popular de Comunicação Crítica, atuou como repórter do fanzine do evento.

O vídeo produzido pela cineasta Luciana Bezerra, está em processo de finalização e, uma vez terminado será disponibilizado no YouTube e no blog do Instituto.

Para saber mais:

Outros vídeos do Tangolomango no YouTube:
http://www.youtube.com/results?search_type=&search_query=tangolomango&aq=f&gl=BR&hl=pt

Página Oficial do Tangolomango:
http://www.tangolomango.com.br

Site e blog do Imagens do Povo:
http://www.imagensdopovo.org.br/ip/index.asp
http://imagensdopovo.blogspot.com

Portal do Nós do Morro:
http://www.nosdomorro.com.br

Tangolomango no Overmundo:
http://www.overmundo.com.br/overblog/tangolomango-2009-brincadeira-das-boas