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Rumo a um trilhão de toneladas de carbono queimadas

abr
2009

Por Bruno Dorigatti

O mundo já queimou metade dos combustíveis fósseis necessários para que um catastrófico aumento de 2 C na temperatura média do planeta se torne realidade, informa o diário londrino The Guardian de 29 de abril.

Quem garante é Myles Allen, cientista de Oxford, Inglaterra, responsável pelo estudo que afirma que 500 bilhões de toneladas de carbono foram consumidas desde a Revolução Industrial. Nesse ritmo, em 40 anos chegaríamos a um trilhão de toneladas de carbono queimado, e ao aumento de 2 C na temperatura média da terra.

“É necessário limitar a quantia de carbono que liberamos na atmosfera. Levamos 250 anos para queimar o primeiro meio trilhão de toneladas de carbono, mas, se seguirmos as tendências atuais, queimaremos o outro meio trilhão em menos de 40 anos”, escrevem os cientistas.

Em 14 de abril, o mesmo The Guardian informou que nove entre dez cientistas que estudam as mudanças climáticas, ouvidos em uma pesquisa pelo jornal, não acreditam nos esforços para restringir o aquecimento a apenas 2 C até o final deste século. Um acréscimo entre 4 e 5 C é o mais provável, e demonstra a distância que existe entre a opinião científica e a retórica política.

A pesquisa foi realizada em março, na conferência sobre o clima em Copenhague, Dinamarca. O jornal contatou 1.756 participantes, dos quais 261 responderam, sendo que 200 deles eram pesquisadores das ciências climáticas e áreas afins.

Leia ainda no blog de Marcelo Leite o texto “Ciência paranormal”, onde o jornalista de ciência da Folha de S. Paulo trata da tática dos “cruzados que se empenham no assalto à ciência natural estabelecida”. Um trecho:

“Os cruzados do clima e do criacionismo se tomam por cavaleiros do novo paradigma, em investida contra o moinho climático e darwiniano. Promovem qualquer artigo obscuro a resultado discordante que vai derrubar a ciência normal. Alegam censura e repressão, quando sua “ciência” não é reconhecida (como a “teoria” do design inteligente).

Outra tática empregada é apresentar como prova de refutação as lacunas e incertezas inerentes ao conhecimento científico. Os evolucionistas não têm uma explicação completa da origem bioquímica da vida, portanto estão errados. Modelos climáticos não passam de simulações, portanto seus resultados são inservíveis.

O mantra dos céticos do aquecimento é acusar o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima) de ignorar a variabilidade natural do clima. Segundo os cavaleiros do paradigma, o painel da ONU menospreza influências como as variações na radiação solar resultantes dos ciclos de atividade da estrela, ou como vulcões e raios cósmicos. Não é verdade. (…)”.